sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

CRISTO E A SUA IGREJA


Leitura Bíblica: Cântico dos Cânticos: 1:1-11

Introdução


As palavras iniciais falam quem é o autor deste Livro. Salomão es­creveu mil e cinco cânticos, 1 Rs.4:32; mas, o Livro canônico das Escrituras Sagradas é o Cântico dos Cânticos, um hebraísmo que denota a sua superioridade absoluta sobre todos os demais; e, se perguntarmos: Por que ele tem esta excelência incomparável? Respondemos, sem medo de equivocar: Por causa da sua men­sagem sobremodo superior, porque fala daquele amor e comunhão espiritual que existe entre Cristo e a sua Igreja. Não existe nenhuma outra mensagem, de va­lor espiritual, que traz tanto consolo ao coração do pobre pecador do que esta: Cristo amou a sua Igreja e a si mesmo se entregou à morte substitutiva, a fim de adquirir para si mesmo um povo exclusivamente seu, Ef.5:2. O Espírito Santo inspirou o seu servo, Salomão, para escrever estas palavras alegóricas, e Ele mesmo nos ajudará na compreensão e na interpretação delas. Pelo estudo deste Livro, percebemos que ele é um raio brilhante de luz celestial, próprio para estimular o amor mais profundo e piedoso no coração daqueles que procuram descobrir uma comunhão espiritual mais intensa e evidente com Cristo Jesus.

Vamos ao texto, a fim de experimentarmos, por nós mesmos, algo “da subli­midade do conhecimento de Jesus Cristo” Fl. 3:8.

1. A Anelação da Igreja, Vs.2-4.


Em cada versículo encontram-se uma ponderação e a razão da mesma.

Em primeiro lugar, no V.2, a Igreja (esposa) se dirige a Cristo (Esposo), manifestando o seu desejo de sentir o calor de seu amor, e sim a própria presença dele em sua vida. “Beija-me com os beijos da tua boca” é o pedido arden­te desta alma sedenta de uma comunhão mais expressiva e palpável. Existem mem­bros formalistas que preferem um culto afastado e sem objetivos específicos, que não pede nenhum envolvimento pessoal; mas este membro é diferente, anseia por um culto mais envolvente e tátil, uma comunhão pessoal, a mais profunda possível. “Beija-me”, nada menos satisfaz o meu coração.

Por que ela está tão ansiosa em seu desejo? Porque melhor é o amor de Cristo do que o vinho! Os vinhos deste mundo podem proporcionar um momento de alento, porém, é apenas um momento, e, passando este instante, o problema volta com renovada intensidade. O único bálsamo que satisfaz de fato é aquela comunhão pessoal com Cristo. Ele mesmo nos convida: “Vinde a mim, todos os que es­tais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Aprendei de mim, e achareis descanso para a vossa alma” Mt.11:28-30. O Ap. Paulo testemunhou do seu anseio de experimentar mais de Cristo, registrando: “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, pa­ra conseguir Cristo e ser achado nele” Fl.3:8. O hino que tanto expressa este anseio espiritual é cantado como a nossa oração:

“Mais de Cristo eu quero ouvir, nos seus passos prosseguir,
sempre perto dele andar, seu amor manifestar”. HNC 135.

A Igreja, no V.3, tendo externado o seu desejo de uma comunhão mais ache­gada, e, aguardando uma resposta favorável, passa a meditar sobre as perfeições do nome de Cristo. Ele é visto como ungüento, sim, um ungüento derramado, espalhado para atingir e saciar os anseios espirituais do maior número possível de pessoas. No Salmo 45:17, a Igreja faz esta promessa a Cristo: “O teu nome, eu o farei celebrado de geração em geração, e, assim, os povos te louvarão para todo o sempre”. O termo, nome, na Bíblia, representa a totalidade da pessoa, tudo o que ela é em termos de caráter e de virtudes. Quando o Senhor revelou o sentido do seu nome a Moisés, Ele deu uma lista parcial de seus atributos: “Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado”. É importante ob­servar o efeito desta revelação sobre a pessoa que a ouviu: “E, imediatamente, curvando-se Moisés para a terra, o adorou” Ex.34:5-8. As últimas palavras de Cristo à sua Igreja foram: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” Mc.16:15. Por quê? “Por meio de seu nome, todo aquele que nele crê recebe a remissão de pecados” At.10:43. O nome de Cristo é tão elevado, que fica “acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro” Ef.1:21. A Bíblia afirma que “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” Fl.2:9-11. Este nome de Jesus é tão único que o Ap. Pedro dogmatizou: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” At.4:12. Podemos sentir a missão implícita neste nome de Jesus: “Por­que ele salvará o seu povo dos pecados deles” Mt.1:21. Finalmente, ouvimos o som de muitos anjos proclamando em grande voz: “Digno é o Cordeiro (Jesus Cristo) que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” Ap.5:12.

Qual foi a conclusão dessas deliberações? A proclamação do nome de Jesus Cristo é como ungüento derramado, seu aroma penetra o coração de seus ouvintes efetuando transformações maravilhosas. Em vez de viver descomprometidamente, as “donzelas” agora amam e servem a seu Salvador. O Ap. Paulo usava a figura do ungüento, dizendo: “Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida” 2 Co.2:15-16. Nem todos os que são atingidos pelo aroma do evangelho são salvos, “mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem em seu nome” Jo.1:11-13. Enfim, uma comunhão privilegiada é concedida aos que amam o Senhor Jesus Cristo, Jo.14:21. “Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo” 1 Jo.1:3

No V.4, encontra-se um hebraísmo, uma característica da língua hebraica, quando a mesma pessoa, no mesmo contexto, usa, simultaneamente, o pronome sin­gular, “me”, e o plural, “nós”. A mesma voz pede: “Leva-me (singular, a cole­tividade da Igreja) após ti, apressemo-nos” (plural, a Igreja composta de indivíduos que podem assumir compromissos). Encontramos o mesmo hebraísmo em Gênesis: “Também disse Deus (singular): Façamos (plural) o homem à nossa (plural) imagem, Criou Deus (singular), pois, o homem à sua imagem” Gn.1:26-27.

Agora, a Igreja, tendo manifestado o seu desejo de uma comunhão mais ache­gada com Cristo, e tendo meditado sobre as sublimidades de seu nome, sente um certo acanhamento: Como posso me aproximar de Cristo? Sou pecadora e não tenho méritos próprios! Então, auxiliada pelo Espírito Santo, faz, ousadamente, mais um pedido: “Leva-me após ti, apressemo-nos”. Ela sabe que Cristo é o bom Pastor, quando Ele chama as ovelhas pelo nome, elas vêm espontaneamente, Jo.10:27. Por causa da nossa natureza pecaminosa, perdemos a capacidade de nos apro­ximarmos do Senhor, por isso dependemos de um chamado eficaz. A nossa conso­lação está nas palavras de Jesus: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” Jo.6:37. Assim, somos incentivados a invocar o nome do Senhor, porque sabemos que seremos salvos, Rm.10:13. Em nosso texto, a Igreja pediu: “Leva-me após ti, apressemo-nos”, e foi logo atendida, pois o relato afirma: “O rei me introduziu nas suas recâma­ras”. Estes são os lugares privativos do rei e da sua Igreja, o santo dos san­tos, onde se realiza a mais perfeita comunhão espiritual. Neste recinto, en­contram-se o Rei e seus convidados, aqueles que O Amam. O que a Igreja faz nestas recâmaras? Ela se dirige ao seu Senhor com palavras de aprazimento: “Em ti nos regozijaremos e nos alegraremos”. Observemos a ênfase: “Em ti”, na Pessoa de Jesus Cristo. Ele é a razão e o motivo de todo o nosso regozijo. Foi Ele que nos amou e a si mesmo se entregou por nós. A Igreja justifica a sua excla­mação: “Do teu amor, nos lembraremos, mais do que o vinho”. O Ap. Paulo gosta­va de exaltar o amor de Cristo, pois a sua extensão e abundância excedem todo entendimento, Ef.3:19. Em sua Carta aos Romanos, ele faz uma pergunta retórica “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?” E, em seguida, logo afirma: “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque estou bem certo de que (...) nada poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” Rm.35-39. Por tudo isso a Igreja conclui: “Não é sem razão que te amam”. Qual é a evidência inconfundível do nosso amor para com Cristo? Ele mesmo explica: “Aquele que tem os meus manda­mentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele” Jo.14:21. Na vida prá­tica, vivendo no meio dos demais membros da Igreja, qual será o efeito deste amor sobre as nossas atitudes? O amor de Cristo sempre nos constrange a sermos compassivos. “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai-vos; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição” Cl.3:13-14.

2. A Angústia da Igreja, Vs.5-6


Temos observado que a Igreja visível é composta de uma multidão mista; virgens prudentes e virgens néscias, joio e trigo, Abéis e Cains. E, como no início, os Cains continuam a perseguir os Abéis. Em nosso texto, as “filhas de Jerusalém” se uniram para angustiar aquelas que amam a Cristo, levantando todo tipo de descrédito contra elas. O que pro­vocou esta reação negativa? Sem dúvida, foi o testemunho daquela parte que desejava uma comunhão mais achegada com Cristo; ela testificava das experiências espirituais dentro das próprias recâmaras do Rei. Ciúmes espirituais tem sido a causa de tantas contendas entre os membros da Igreja visível, inclusive per­seguições que fazem com que o nome de Cristo seja blasfemado entre os de fora. Podemos formular a crítica principal desta forma: Por que você está falando assim? A sua vida não é diferente da nossa, você não tem autoridade de falar de privilégios especiais, pois todos nós somos iguais, afinal, todos podem ver as suas “queimaduras”.

O Ap. Paulo advertia a Igreja, afirmando: “Através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” At.14:22. Por que Deus permite estas provocações entre os membros da Igreja visível? Nas mãos soberanas de Deus, tudo tem seu devido valor, pois, a “tribulação produz perseverança”, ela fortalece nosso caráter espiritual, Rm.5:3-4. O Salmista testemunhou: “Foi me bom eu ter passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos” S1.119:71.

Como é que a parte que ama a Cristo com sinceridade se justifica diante de tais insinuações?

a)     Ela se dirige às suas importunadoras, estas “filhas de Jerusalém”, e confessa que ainda não tem alcançado a devida perfeição, porém, logo acrescen­ta que, apesar das manchas visíveis, ela tem uma formosura invisível, que é a evidência inegável de uma obra santificadora e salvadora em sua vida. Duas figuras descrevem esta aparente contradição: ela é morena como as tendas de Quedar, que são os abrigos dos nômades do deserto, que ficam escuras e enruga­das por causa das intempéries daquele clima causticante; porém, olhando para dentro, muitas delas revelam uma riqueza de formosura, tal como as opulentas cortinas de Salomão. Ela está descrevendo uma realidade, um conflito espiritu­al que é a experiência de cada cristão sincero e fiel a Cristo. “Porque a car­ne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” Gl.5:17 O Ap. Paulo, descrevendo a sua própria experiência, confessou: “Então, ao que­rer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocan­te ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros”. Contudo, após lamentar a existência desta incoerência espiritual, ele exclama, jubilosamente, “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” Rm.7:21-25. Alcançamos vitórias notáveis sobre os assédios da carne quando mantemos uma constante comunhão espiritual com o nosso Amado, Jesus Cristo.

b)     Ela continua falando com as filhas de Jerusalém, explicando-lhes as causas principais de suas queimaduras:

         I.            “O sol me queimou”. As queimaduras foram infligidas por forças externas e não por atos de desobediência propositada. Alguns sacerdotes do Antigo Tes­tamento, por causa de sua instrução errônea, foram responsáveis pelo atropela­mento de muitos, Mt.2:7-8. O Ap. Paulo advertiu a Igreja em Éfeso: “Eu sei que depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas per­vertidas para arrastar os discípulos atrás deles”. E qual é o segredo para não tropeçar? Vigilância! At.20:29-31. Como? “Examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas são, de fato assim” At.17:11. Não convém subestimar o poder destas influências externas, “porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos (...) Por isso, ficai também apercebidos; porque a hora em que não cuidais (...)”. Crentes sinceros podem ficar queimados, Mt.24:24,44.

       II.            “Os filhos da minha mãe se indignaram contra mim”. A Igreja visível é a mãe de uma multidão mista, filhos da promessa e regenerados pelo poder do Espírito Santo; e, filhos da carne, que não são regenerados. Estes “filhos” re­presentam certos oficiais que usurparam lugares de administração na Igreja. Eles servem os seus próprios interesses, e o crente que questiona a sua autoridade há de sofrer conseqüências humilhantes. O Ap. Paulo insistia na suficiência de Cristo e este crucificado para que a vida eterna pudesse ser concedida aos pecadores arrependidos, sem qualquer necessidade de atos humanos, tais como a circuncisão ou batismo por imersão. Mas esta falsa liderança decretava: “Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos” At.15:1. O Apóstolo, por não se submeter a esta exigência herética, passou a ser um homem perseguido, sem qualquer ato de consideração, Gl.5:11. Estes usurpadores não somente mataram o Senhor Jesus e os profetas, mas continuam a incomodar aqueles crentes que procuram ser fiéis a Jesus Cristo, 1Ts.2:15. A triste verdade é: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” 2 Tm.3:12.

      III.            “Me puseram por guarda de vinhas”. Ela foi expulsa da sua comunidade e obrigada a viver no meio dos condenados, a fim de cuidar dos interesses de outros. Por causa da Palavra e do Testemunho de Jesus, muitos dos servos mais fiéis têm sido considerados como “cisco e refugo, lixo do mundo, escória de todos” e desprezados por aqueles que deviam ser seus irmãos, Lm.3:45; 1 Co. 4:13; Ap.1:9. A perseguição não é apenas verbal, mas também, física. No Siné­drio, o Supremo Concílio da Igreja do Antigo Testamento, Estevão desafiou os seus juízes: “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram os vossos pais, também vós o fazeis, qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo, do qual vós agora vos tor­nastes traidores e assassinos, vós que recebestes a lei por ministério de an­jos e não a guardastes” At.7:51-53. Infelizmente, dentro da Igreja visível, encontram-se os “falsos irmãos”, que honram a Cristo com seus lábios, porém, através de suas doutrinas perniciosas, desprezam a sua Pessoa e a sua Obra expiatória. São inimigos do evangelho, Mt.15:8-9; Rm.11:28. Enfim, a história da Igreja é um registro de conflitos religiosos entre os seus membros. “Como, porém, outrora, o que nasceu da carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito, assim também agora” Gl.4:29. Contudo, para não deixar o seu povo desani­mado, Cristo lhes assegurou: “Bem aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal con­tra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós” Mt.5:10-12.

   IV.            “A minha vinha, porém, que me pertence, não a guardei”. A servidão im­posta sobre a Igreja era tão grande, que não conseguia cuidar devidamente da sua própria vida espiritual. Longas horas de serviço pesado e o resultante cansaço dificultam um tempo proveitoso em culto individual com Deus. Além disso, ela foi privada do uso dos meios da graça: A exposição pública das Escri­turas Sagradas, a oração coletiva, os Sacramentos, e a comunhão espiritual com outros irmãos na fé. Quando Davi estava sendo perseguido pelo rei Saul, ele reclamou: Os homens “me expulsaram hoje, para que eu não tenha parte na herança do Senhor (parte nos cultos públicos), como que dizendo: Vai, serve outros deuses” 1 Sm.26:19. Como podemos enfrentar estas circunstâncias conflitantes? A resposta é uma só, devemos clamar ao Senhor, pedindo que Ele nos mostre o caminho certo. Davi, quando perseguido, não desfaleceu, ao contrário, se for­taleceu, afirmando: “Em me vindo o temor, hei de confiar em ti. Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha esperança e nada temerei” Sl.56:3-4.

3. A Anuência da Igreja, V.7.


Depois de expor as razões das suas queimadu­ras às filhas de Jerusalém, ela agora se dirige a Cristo, o Amado de sua alma, pois está resolvida a saber como pode melhorar a sua espiritualidade.

a)     Observemos o título que Cristo recebeu: “Ó Amado de minha alma”. A Igreja está confessando que Cristo é o único que tem lugar em seu coração. Por que fala com tanta singularidade? Porque sabe que o amor que ela agora sente no coração para com Cristo não vem de qualquer mérito latente na vida dela. Ela ama, porque o amor de Deus atingiu a sua alma em primeiro lugar. “Nisto con­siste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados”, uma ação que garan­tiu o perdão dos pecados de seu povo, 1 Jo.4:10. O Ap. João afirma que a presença deste amor na vida dos membros da Igreja os faz amar uns aos outros, e tal amor é a prova de que são nascidos de Deus, 1 Jo.4:7. O amor de Cristo para conosco é tão especial que excede todo entendimento (Ef.3:19), por isso, a Igreja se dirige a Ele, dizendo:“Ó Amado de minha alma”. Como é prazeroso levantar o nosso coração e cantar o que sentimos!
“Quão doce fala ao coração do pobre pecador
O nome que lhe traz perdão: Jesus o Redentor” HNC.168.

b)     A informação que ela está buscando: “Dize-me (...) onde apascentas o teu rebanho, onde o fazes repousar pelo meio-dia?” Ela faz esta pergunta porque sabe que Cristo não é apenas o Bom Pastor, Ele é o Supremo Pastor, que exerce domí­nio absoluto sobre o seu rebanho. Ele conhece as suas ovelhas, nome por nome, e sabe quais as necessidades específicas de cada uma. A Igreja ouve a sua voz e O segue, porque Ele a faz repousar em pastos verdejantes e beber das águas cristalinas de descanso. Ele refrigera a alma cansada daquelas que passam por tribulações, guiando-as nas veredas seguras da justiça. Enfim, Cristo acalma completamente os anseios de seu povo. Muitos ficam longe de Cristo porque não querem se submeter à sua direção, por isso, Jesus perguntou se seus discípulos também queriam se afastar dele, mas Pedro logo respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus” Jo.6:68-69; 1 Pe.5:4. Quando Cristo é, de fato, o Amado da nossa alma, o desejo mais ardente do nosso ser é ficar mais perto dele e permanecer nele, 1 Jo.15:10. Novamente, é tão edificante cantar o de­sejo do nosso coração:

“Quero o Salvador comigo, ao seu lado sempre andar.
Quero tê-lo muito perto, no seu braço descansar” HNC.109

c) O motivo desta súplica. “Para que não ande eu vagando junto ao rebanho dos teus companheiros”. Estes “companheiros” são os falsos cristos que usur­param este título a fim de confundir os desprevenidos. Infelizmente, existem rebanhos paralelos que usam o nome de cristãos ou de evangélicos, mas não o são. O Ap. Paulo chamou estes grupos de “inimigos da cruz de Cristo” Fl.3:18. Esse mesmo Apóstolo advertiu a Igreja em Éfeso, não apenas acerca “dos lobos vorazes que não pouparão o rebanho”, mas, também, dentro da própria Congregação “se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás de­les” At.20:29-30. Estes grupos paralelos praticam um programa intenso de proselitismo. E, para aumentar seus números, usam todo tipo de “sinais e prodí­gios para enganar, se possível, os próprios eleitos” Mt.24:24. Por causa de certas semelhanças (eles citam as Escrituras Sagradas), há um grande perigo de ser enlaçado por eles. Sim, temos que vigiar, e, para isso, clamamos a Cristo: “Desvia os meus olhos, para que não vejam a vaidade, e vivifica-me no teu caminho” Sl.119:37. É fácil discernir o que é bom e agradável, porém, para re­conhecer o mal e os perigos espirituais, as nossas faculdades têm que ser aguçadas através de um verdadeiro apego à leitura e à prática das Escrituras. A segurança do verdadeiro Cristão está no fato de que ele está na poderosa mão de Cristo, e, deste lugar de refúgio, ninguém o pode arrebatar, Jo.10:27-28.

4. A Animação da Igreja, Vs.8-11


Cristo anima a sua Igreja, enaltecendo a sua verdadeira beleza. Observemos o contraste que o texto destaca. A Igreja lamenta, confessando: “Estou morena”, maculada pelo “pecado que tenazmente” me assedia, Hb.12:1. Mas Cristo a corrige, afirmando que ela é a “mais formosa entre as mulheres”. Ela é “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” Ef.5:27. Através destas palavras animadoras, percebemos que a vontade de Cristo é que a sua Igreja tenha certeza absoluta da veracidade de seu amor para com ela. Se perguntarmos: Como posso ter certeza de que Cristo me ama? Ele mesmo responde: “Eu sou o Bom Pastor. O bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas (...) Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor de seus amigos” Jo.10:11; 15:13. De fato, Cristo é “aquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos peca­dos” Ap.1:5. Podemos sentir como o Ap. Paulo ficou maravilhado ao contemplar a morte substitutiva de Cristo. “Ele me amou e a si mesmo se entregou por mim” Gl.2:20. O amor de Cristo para conosco é um “amor eterno”. A Bíblia contem este registro: “Jesus (...) tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” Jo.13:1; Jr.31:3. Que este amor de Cristo, que tanto nos atrai, seja o consolo que nos faz cantar com renovada convicção:

“Cristo me salvou e me transformou!
Por sua morte sobre a cruz nos deu vida eterna e luz” HNC.149

No V.8, Cristo responde a pergunta que a sua Igreja lhe fez, dando-lhe a orientação solicitada, e acrescentando uma exortação:

a)     A orientação que ela recebeu: “Se tu não sabes (...) sai-te pelas pisadas dos rebanhos”. Estes “rebanhos” são diferentes daqueles “rebanhos parale­los” que seguem os falsos cristos. Os muitos rebanhos de Cristo são compostos daquelas ovelhas que são “nascidas do Espírito”. Estas conhecem a sua voz e O seguem, Jo.3:8; 10:27. Por serem verdadeiras seguidoras do “Supremo Pastor”, elas deixam “pisadas” claras e inconfundíveis para a segurança espiritual das gerações vindouras. O nosso dever é descobrir, pelo estudo atencioso das Es­crituras Sagradas, quais são os caminhos revelados pelo próprio Deus. Convém lembrar e acreditar que não haverá novas revelações; não haverá sonhos para direcionar o nosso caminhar; e que Deus não enviará nenhuma pessoa especial para comunicar uma mensagem da parte dele para resolver os nossos problemas. As Escrituras Sagradas são a revelação suficiente e final; nelas, as “pisadas” que de­vemos seguir podem ser facilmente encontradas. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma” Jr.6:16. É im­portante observar a presença de uma orientação de sumo valor no início desse texto. Nem sempre convém andar sozinho em busca de norteamento espiritual; é melhor estar no meio do povo de Deus e participar da exposição das Escrituras Sagradas em culto público; observando o efeito da Palavra de Deus sobre a vida dos ouvintes; e, no caso de dúvidas, fazendo perguntas, contudo, sempre compa­rando as respostas com o claro ensino da Bíblia, At.17:11. Essas “veredas an­tigas” nos mostram o “bom caminho”, e, quando andamos nelas, acharemos “descanso” para a nossa alma.

b)     A exortação acrescentada. “E apascenta os teus cabritos às tendas dos pastores”. Para cuidar de seus muitos rebanhos, Cristo, o Sumo-Pastor, tem designado seus sub-pastores para pastorear o seu povo, “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Fi­lho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que conduzem ao erro” Ef.4:12-14. Cada ovelha tem seus “cabritos”, ou seja, seus familiares e conhecidos. Como conhecedores da verdade, é nosso dever levar a todos quanto possível “junto às tendas dos pastores”, para que possam se beneficiar de seus cuidados. Convém lembrar que “a fé vem pela pre­gação, e a pregação, pela palavra de Cristo” Rm.10:17. A exortação bíblica é: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admo­estações e tanto mais quanto vedes que o Dia (da Segunda Vinda de Cristo e o Juízo Final) se aproxima” Hb.10:25. O testemunho da Igreja de Cristo se torna convincente quando todos os seus membros estão reunidos, demonstrando prazer por estarem no meio do rebanho. O Salmista declarou: “Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido. Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade” Sl.84:9-10. Que muitos possam admitir: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor” Sl.122:1.

Depois de responder a pergunta da sua Igreja, Cristo volta a contemplar e magnificar as perfeições de seu povo redimido.

a)     Ele destaca a beleza de seu poder, V.9. A figura de cavalos atrelados aos carros era o símbolo da beleza e do poder, Dt.20:1; 1 Rs.4:26. Com esta compa­ração, Cristo está encorajando a sua Igreja a acreditar na presença e na suficiência desse poder que lhe foi concedido. Quando o Ap. Paulo pediu que certo espinho fosse retirado dele, o Senhor não o atendeu, porém, para fortalecer a sua paciência, ele recebeu esta palavra: “A minha graça te basta, porque o po­der se aperfeiçoa na fraqueza”. E o Apóstolo logo respondeu: “De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim re­pouse o poder de Cristo” 2 Co.12:8-9. O mesmo Apóstolo encorajou o jovem Timó­teo, dizendo: “Porque Deus não nos tem dado Espírito de covardia (fugindo de compromissos), mas de poder (para aceitar desafios), de amor e de moderação” 2 Tm.1:7. Cristo sente grande prazer em contemplar a suficiência de seu poder que opera na vida de sua Igreja, porque, apesar das repetidas tentações e do incômodo de tão numerosas circunstâncias adversas, ela não desfalece, antes, é mais que vencedora, Rm.8:37. “Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Isra­el: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranqüilidade e na confiança, a vossa força” Is.30:15.

b)     Ele destaca a beleza de sua aparência, V.10. A Igreja tinha reclamado: “Eu estou morena”, os meus defeitos são patentes diante de todos. Mas Cristo não vê o seu povo redimido dessa forma, antes, Ele afirma: “Formosas são as tuas faces”. No Livro de Ezequiel, vemos um quadro do homem natural: sujo, desamparado e sem recursos próprios para mudar a sua condição. Porém, Deus, em sua amável misericórdia, interveio sobrenaturalmente e efetuou nele uma verda­deira limpeza e transformação. Foi lavado, ungido e vestido com roupas luxuos­as. A sua aparência ficou tão diferente que recebeu este comentário: “Correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura, pois era perfeita, por causa da minha glória que eu pusera em ti, diz o Senhor Deus” Ez.10:1-14. É desta maneira que Cristo nos vê. Temos essa “formosura” porque “a glória de Deus foi restabelecida em nós", e “a imagem de Deus” tornou-se novamente visível em todo o nosso procedimento, Cl.3:9-11. O Ap. Paulo afirmou: “E, assim, se alguém está em Cristo (em plena comunhão com Ele), é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” 2 Co.5:17. Às vezes, a Igreja passa por crises espirituais que tendem a provocar a negligência do devido uso dos meios da graça, a saber: a leitura diária das Escrituras, a oração, a freqüência assídua aos cultos públicos e uma vida santa e irrepreensível. Um dos resultados desse descuido é confiar na própria formosura: afinal, estou perfeita em Cristo, não preciso me preocupar tanto, posso descansar um pouco e desfrutar de alguma diversão. Todavia, esta autoconfiança sempre conduz à lascívia e a outros pecados condenáveis, Ez.16:15. É muito importante entender uma realidade espiritual: “A carne milita contra o Espírito”, ela procura romper a nossa união com Cristo. Por isso, é necessário conhecer o caminho da vitória: “Andai no Espírito (obedecendo ao que Ele nos ensina nas Escrituras Sagradas) e jamais satisfareis à concupiscência da carne” Gl.5:16-17. Outra verdade, de semelhante importância, que nos ajuda a andar de modo circunspec­to é o Juízo Final. A Bíblia ensina: “Porque importa que todos nós compareça­mos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” 2 Co.5:10. Portanto, esforcemo-nos pa­ra que a formosura da obra de Cristo em nós seja cada vez mais visível. O grande objetivo de Cristo é “apresentar a si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” Ef.5:27. Cristo disse: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” Jo.14:15.


“Eu confio em ti, Senhor, meu viver vem transformar:
Quero, pois, com gratidão minha vida consagrar: HNC.84.

c)      Ele destaca a beleza de seus dons, V.11. Cristo não apenas transformou a aparência de seu povo, mas, também, outorgou-lhe todos os dons necessários para que pudesse servi-lo de modo santo, agradável e aceitável. Observemos novamente o uso do hebraísmo. A mesma Pessoa, Jesus Cristo, falando: “Eu te comparo (...) nós te faremos”. Esta é uma clara alusão à triunidade de Deus. Quando Ele criou o homem à sua imagem, o mesmo hebraísmo foi usado: “façamos o ho­mem à nossa imagem” Gn.1:26. Agora, querendo recriar esta imagem na vida de seu povo, as três Pessoas da Santíssima Trindade têm participação. Deus, em toda a sua gloriosa transcendentalidade, está agindo na vida do homem, renovando a sua imagem nele. Quanto à Trindade, Deus o Pai, e Deus o Filho, e Deus o Espírito Santo, descobrimos a sua unidade indivisível no plano da salvação do ho­mem pecador: Deus o Pai abençoa o eleito com toda sorte de bênção nas regiões celestiais, porém, estas dádivas não vêm diretamente, porque o Pai sempre age pela mediação do Filho, Jesus Cristo. O homem recebe esses bens em virtude da sua união vital com Cristo. Deus o Pai nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo; nele temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça. Essas bênçãos são aplicadas ao homem e feitas eficazes pela atuação do Espírito Santo. Ele é o Pe­nhor da nossa herança, Ef.1:3-14; 1 Jo.4:13. Através da sua habitação na vida dos redimidos, eles manifestam o fruto do Espírito, que é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio, Gl.5:22-23. E, pelo mesmo Espírito, somos fortalecidos para mortificar os fei­tos pecaminosos do corpo, Rm.8:13. Não devemos nos preocupar demasiadamente com os bens deste mundo, pois o reino de Deus, ao qual pertencemos, “não é co­mida nem bebida, mas justiça e paz, e alegria no Espírito Santo” Rm.14:17. Através do resplendor destas dádivas, seremos vistos como uma Igreja perfeita­mente habilitada para servir na prática de toda boa obra, 2 Tm.3:16-17.


 Ponderações finais

O que podemos concluir desses primeiros versículos?

a)     Feliz a Igreja que anseia ardentemente por uma comunhão espiritual mais achegada com Cristo, porque, com toda certeza, será saciada.

b)     Não devemos estranhar quando certos membros da Igreja visível se levan­tam para se oporem ao nosso zelo pelos valores espirituais. Esse tipo de oposição sempre existiu. Cristo nos advertiu: “Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa” Jo.15:20. E, ao terminar esse discurso, Ele novamente avisou o seu povo: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” Jo.16:33

c)      Sempre sentiremos o peso das nossas imperfeições, por isso, clamamos a Cristo, pedindo que sejamos desviados das armadilhas dos falsos mestres e direcionados a reconhecer e a andar nas pisadas daqueles que nos precederam, seguindo a verdade com conhecida fidelidade.

d)     Cristo ama a sua Igreja porque Ele a redimiu pelo preço de seu próprio sangue. Agora, o seu maior prazer consiste em pastorear o seu povo e contem­plar a eficácia da sua graça atuando neles. Portanto, vivamos “de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescen­do no pleno conhecimento de Deus” Cl.1:10.


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